O Palácio do Planalto pagou com emendas, projetos de lei, portarias e cargos a fatura da manutenção do presidente Michel Temer no cargo, com um custo não apenas político, mas também financeiro para o governo.

Temer foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação em organização criminosa e obstrução de Justiça. Junto como ele foram acusados os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).

Nas últimas semanas, a liberação do pagamento de emendas até o dia 23 deste mês chegou a 1,1 bilhão de reais, de acordo com levantamento feito pelo site Contas Abertas.  “A cronologia dos empenhos demonstra, claramente, que as emendas estão sendo utilizadas como moedas de troca”, afirmou o economista Gil Castelo Branco, secretário-geral do Contas Abertas. 

Câmara vota nesta quarta-feira a segunda denúncia da PGR contra Michel Temer (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Além das emendas, o governo chegou a voltar atrás em um dos seus principais projetos na área de infraestrutura, a concessão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que deveria render 5,6 bilhões de reais aos cofres públicos com o pagamento de outorga, por pressão do PR, partido que controla o Ministério dos Transportes e a estatal aeroportuária Infraero.

Com 230 parlamentares, a FPA seria capaz de resolver sozinha o problema de Temer com a denúncia por participação em organização criminosa e obstrução da Justiça no Congresso. A força da chamada bancada ruralista fez com que o presidente não economizasse esforços. Além da portaria sobre trabalho escravo, a FPA foi premiada com a publicação de um decreto que troca multas ambientais não pagas por investimentos de recuperação ambiental.

Com informações da Reuters