A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu em parecer divulgado nesta quarta-feira (1) que a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga, da Ultrapar, pode resultar em elevação de preços na distribuição e na revenda.
Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria em função “do aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor”, dominado por quatro companhias (BR Distribuidora, da Petrobras; Raízen, da Shell e Cosan; Ipiranga e Ale).
Segundo o parecer da superintendência, os mercados mais afetados pela operação são os de gasolina, diesel e etanol. 
“Por essa razão, a operação foi impugnada para análise do Tribunal do Cade, órgão responsável pela decisão final sobre a aprovação, reprovação ou adoção de eventuais remédios que afastem os problemas identificados”, afirmou o órgão em nota.
O acerto da compra da Ale pela Ipiranga, por R$ 2,17 bilhões, foi anunciado em meados do ano passado. Procurada pela Reuters, a Ipiranga não se manifestou imediatamente sobre o assunto.
As determinações do tribunal podem ser aplicadas de forma unilateral ou mediante acordo com as partes, acrescentou o comunicado. O ato de concentração foi notificado em 19 de setembro de 2016, e o prazo legal para a decisão final do Cade é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.

Do G1