“Não vamos ficar calados diante da banalização da violência do Estado”. É com esse título que a ex-presidente Dilma Rousseff publicou uma nota afirmando que o país vive um “estado de exceção”.

No texto, Dilma disse que é “assustador que o retrocesso que vem ocorrendo no Brasil, iniciado com o golpe”, como classifica o julgamento político que causou sua cassação por supostas irregularidades.

Ela se refere a uma operação que a Polícia Civil realizou nesta sexta-feira na Escola Nacional Florestan Fernandes, no município de Guararema, em São Paulo, onde policiais foram para cumprir mandado de prisão por crimes como furto e dano qualificado, roubo, invasão de propriedade e incêndio criminoso.

Eis na íntegra:
“É assustador que o retrocesso que vem ocorrendo no Brasil, iniciado com o Golpe, mantenha o perigoso curso de construção de um Estado de Exceção no país.

A invasão da Escola Nacional Florestan Fernandes, ligada ao MST, é um precedente grave. Não há porque admitir ações policiais repressivas que resultem em tiros e ameaças letais, ainda mais em uma escola.

Tampouco é aceitável que se criminalize o MST. Não vamos ficar calados diante da banalização da violência do Estado contra quem quer que seja. Não podemos aceitar conviver com cenas em que policiais submetem estudantes a algemas e ao cárcere. Isso é inadmissível em uma democracia.

É lamentável que a semana termine com novos assaltos aos direitos civis e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais. O atropelo às regras do Estado de Direito, com a adoção de claras medidas de exceção, deve ser combatido. É uma ameaça à democracia que envergonha o país aos olhos do mundo.”

Dilma Roussef

'Vivemos um Estado de Exceção no país', diz Dilma. Foto: Instagram/Reprodução
‘Vivemos um Estado de Exceção no país’, diz Dilma. Foto: Instagram/Reprodução