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O Ministério Público Eleitoral ingressou com recursos especiais,
junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas representações contra 19
deputados e ex-deputados estaduais do Rio Grande do Norte por prática
de conduta vedada. Eles são acusados de fazer uso eleitoral,
indevidamente, da doação de 50 viaturas policiais compradas com dinheiro
da Assembleia Legislativa, em 2018.
Os recursos especiais, de autoria do procurador Eleitoral auxiliar
Fernando Rocha, reforçam que os representados devem ser condenados à
cassação de seus mandatos e pagamento de multa pela prática prevista no
artigo 73, inciso IV, da Lei n.º 9.504/1997 (a Lei das Eleições): “fazer
ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou
coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social
custeados ou subvencionados pelo Poder Público.”
A lista de representados inclui os deputados estaduais Ezequiel
Ferreira de Souza (presidente da Assembleia), Albert Dickson, Cristiane
Dantas, Galeno Torquato, George Soares, Getúlio Rêgo, Gustavo Carvalho,
Hermano Morais, José Dias, Nelter Queiroz, Souza Neto, Tomba Farias e
Vivaldo Costa, além dos agora ex-deputados Carlos Augusto, Dison Lisboa,
Gustavo Fernandes, Jacó Jácome, Larissa Rosado e Márcia Maia.
Argumentos – As representações foram julgadas improcedentes em
primeira instância com base no argumento de que a ilegalidade só se
caracterizaria se os bens fossem entregues diretamente a eleitores,
“pessoas determinadas”; e não de um poder, o Legislativo, a outro, o
Executivo Estadual.
Nos recursos, o MP Eleitoral aponta o risco desse entendimento
prosperar, o que poderia “abrir a porta” para ações semelhantes nas
proximidades das eleições, “que nitidamente têm finalidade eleitoreira e
que inquestionavelmente desequilibram o pleito em favor daqueles que
estão no exercício de um mandato”.
O procurador reforça que a legislação não faz “qualquer alusão a
eventuais destinatários desse uso indevido” e cita como precedente o
fato de o TSE já ter enquadrado como conduta vedada – pelo mesmo artigo
da Lei das Eleições – o simples ato de divulgação, por candidato,
durante um comício, de obra pública de asfaltamento de vias.
“Isso porque, ao fim e ao cabo, o uso promocional de algo que deveria
ser rotina (aquisição de veículos ou o que mais for) importa na
desigualação entre detentores de mandatos potencial ou efetivamente
candidatos”, observa Fernando Rocha.
Falta de critérios – De acordo com o MP Eleitoral, ao definir a
destinação das viaturas para seus redutos (duas para cada um), os
deputados – além de fazerem uso promocional da doação – impediram que as
autoridades de segurança pudessem utilizá-las conforme a necessidade,
levando em conta argumentos técnicos e não políticos.
“O modo como foram entregues as viaturas – com ‘reserva de cota’ para
indicação por cada deputado estadual, com ampla divulgação pelos mesmos
em suas redes sociais e posterior exploração do fato como se fosse um
gesto altruístico de cada deputado – torna inequívoco o uso
promocional/eleitoral da doação da viatura”, indica.
Outro ponto que chama a atenção é que, conforme observado até pelo
juiz de primeira instância, o recurso utilizado na compra das viaturas
originou-se da sobra do orçamento da Assembleia do final de 2016, mas a
doação somente veio ocorrer em 2018, não por coincidência ano das
eleições.
“Inevitavelmente essa entrega de viaturas, na forma como se deu,
acabou por ocasionar fator de desigualdade entre os candidatos que não
dispunham de tais recursos”, resume o MP, destacando que o valor dos
veículos entregues representaram R$ 102 mil para cada deputado, enquanto
a média de gastos totais dos candidatos à assembleia potiguar em 2018
não passou de R$ 56 mil.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) requer que sete Prefeituras e Câmaras Municipais rescindam os contratos temporários e convoquem os aprovados em concurso público. A medida deve ser cumprida em São Bento do Trairi, Santa Cruz, Lajes Pintadas, Japi, Jaçanã, Coronel Ezequiel e Campo Redondo.
A Promotoria de Justiça da comarca de Santa Cruz recebeu informações de que os Municípios e suas respectivas Câmaras Municipais insistem em manter profissionais contratados temporariamente nos cargos para os quais existem candidatos aprovados em concurso público.
Por isso, a recomendação ministerial orienta a rescisão dos contratos de todos os contratados temporariamente que não preencham os requisitos legais. Em seguida, os Poderes Executivo e Legislativo de cada localidade deverão convocar os aprovados no último certame, classificados dentro do número de vagas, para as funções onde existam contratados temporariamente.
O MPRN também deve ser informado pelos gestores sobre a existência ou não de deflagração de processo de contratação temporária após a realização do concurso público (entre a publicação do edital e a presente data). Em caso positivo, os Municípios e as Câmaras deverão explicar se tais contratos ainda estão em vigência e por qual razão.
Por fim, a orientação do MPRN é que as contratações temporárias ocorram apenas nas hipóteses expressamente previstas em lei municipal específica, com caracterização dos cargos e a comprovação específica da necessidade temporária de excepcional interesse público. Estas acontecem para atender situação emergencial e eventual, que se afastem à rotina administrativa, sempre precedido de processo seletivo simplificado, com critérios objetivos previamente estipulados em edital, vedada a pontuação de títulos àqueles que já exercem as funções alvo da contratação.
A praia de Barra de Cunhaú, no município de Canguaretama, no litoral sul potiguar, será o palco do KiteMaster Festival neste final de semana ( sábado (10) e no domingo (11). A expectativa é reunir mais de 60 atletas de kitesurf de várias partes do Brasil e do mundo neste que já é o maior evento do ano na modalidade.
O novo Atlas da Violência, que será divulgado esta semana, aponta o município de São Gonçalo do Amarante como o terceiro do país na lista das cidades que mais registraram mortes violentas por 100 mil habitantes. Os números foram antecipados neste domingo (4) no Fantástico, da TV Globo.
O município potiguar perde apenas para Altamira (PA) que registrou o ataque ao presídio na semana passada com 133,7; e para Maracanaú (CE) com 145,7 vítimas para cada 100 mil pessoas.