A Educacross, uma Edtech (startup de Educação e Tecnologia) que representará o Brasil na final global do prêmio WSA (World Summit Awards) – iniciativa relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU), tem revolucionado o ensino da Matemática no Brasil e no mundo. A empresa criou uma plataforma que utiliza jogos digitais, gamificação e personalização potencializadas pela Inteligência Artificial e que, com a convergência de metodologias, promove o desenvolvimento do protagonismo, da autoavaliação e da metacognição nas crianças;

A startup foi ganhadora da etapa brasileira do prêmio, que aconteceu em agosto, na categoria Aprendizado e Educação, e participa da final que acontecerá em março de 2021, em Dubai, com representantes de 180 países. O objetivo do prêmio é promover as melhores inovações digitais do mundo, valorizando a sua contribuição à inclusão e acessibilidade digitais.

Érica Stamato, CEO da empresa, explica que desde que foi criada, a Edtech tem transformado experiências educacionais em resultados surpreendentes.  “A plataforma é desenhada para as crianças deste século, os nativos digitais. Por meio dos games, a criança realmente aprende e faz isso brincando, no seu ritmo”, diz.

De acordo com Érica, com a pandemia do coronavírus, ficou evidente a urgência da inserção da Aprendizagem Híbrida, que amplia as experiências educativas no tempo e no espaço, oportunizando novas formas de ensinar e aprender.  Ela destaca que na Educacross a criança é protagonista na aprendizagem.

“Com a pandemia, muitas escolas correram para colocar o professor para falar com a turma por meio de uma plataforma digital de reunião. Há setores da educação que estão presos no modelo chamado cuspe e giz, no qual o professor dirige as ações e as crianças executam o que lhe é mandado. Esse método funcionou no passado, mas já não faz sentido há muito tempo”, afirma.

De acordo com Érica, as crianças precisam ser atuantes, colocar a “mão na massa”, aprender fazendo, experimentando, projetando, discutindo, e não mais ouvindo, copiando e respondendo a “resposta certa”. “A educação do futuro é a da cooperação, da experimentação, das trocas de saberes e da cultura digital. As crianças deste século são nativos digitais, têm a tecnologia em seu DNA. Para eles o digital é natural, intuitivo e construtivo”.

A CEO, que tem MBA em Gestão Escolar pela USP e é pós-graduada em Psicopedagogia Institucional enfatiza que o ensino e o aprendizado da Matemática é um desafio, principalmente, no Ocidente. “O desenvolvimento do pensamento matemático favorece de forma ímpar a aquisição de outras áreas do conhecimento, sendo essencial para o pleno desenvolvimento humano e estratégico, e para o crescimento socioeconômico de um país”, diz.

TECNOLOGIA

A Educacross desenvolveu uma plataforma que une várias metodologias como o aprendizado baseado em jogos digitais, no qual os alunos interagem de forma lúdica e envolvente, permitindo uma aprendizagem ativa e significativa. “A partir dessa interação, um conjunto de algoritmos, técnicas, estatísticas e ferramentas analíticas entregam aos alunos experiências personalizadas, e os professores recebem informações sobre a interação e o desempenho dos alunos”, que trata de aprendizado baseado em evidências, explica Érica.

Por meio de evidências, os professores identificam o desempenho individual e coletivo dos alunos, recebem sugestões e podem propor ações pedagógicas que otimizem a aprendizagem. “A plataforma garante a avaliação contínua e em tempo real, em virtude da convergência de técnicas computacionais como a Inteligência Artificial e o Big Data”

Elaine Pinheiro, diretora presidente da ONG HumaniTI, de São Paulo (SP), afirma que a aplicação da Educacross nas escolas de Ensino Fundamental I na cidade de Osasco está sendo muito bem recebido pelos profissionais da Rede e pelos alunos. “A plataforma facilita a elaboração de roteiro de jogos alinhada ao planejamento curricular da rede, assim como a personalização das atividades para os alunos, contribuindo para a superação dos desafios de aprendizagem”, diz.

Ela afirma que os alunos estão entusiasmados com a possibilidade de aprender brincando. “No cenário de pandemia, estamos percebendo que a plataforma incentiva a participação da família na aprendizagem do aluno”.

Já Sônia Paro, diretora escolar em Bebedouro (SP), relata que com um ano de aplicação da Educacross, a escola passou de nota 5,7 para 7,0 no IDEB entre 2016 e 2017. Em 2018, os alunos do 4º ano foram classificados em Olimpíada Internacional de Matemática.

“Utilizamos a Educacross de forma sistemática. Além da aprendizagem da Matemática, muitas crianças foram alfabetizadas a plataforma. Ela transforma o ambiente escolar: alunos, pais e professores estão mais confiantes e felizes”, afirma.

A plataforma é formada por 2 mil jogos, com mais de 1 milhões de desafios. Desde que foi lançada no mercado, em 2016, foram mais de 56 milhões de missões resolvidas.  “Queremos impactar 1 milhão de pessoas até 2022 e depois 1 bilhão de pessoas até 2026. A Educacross vai mudar a forma como a aprendizagem acontece no mundo e vai transformar a Educação de vez”, completa Reginaldo Gotardo sócio e cofundador da empresa.