Há pouco mais de um mês à frente do recriado Ministério das Comunicações, Fábio Faria acredita que a versão paz e amor do presidente Jair Bolsonaro terá vida longa. O ministro afirma que o país não voltará aos tempos de “brigas diárias” e culpou a portaria do Palácio da Alvorada, espaço mais conhecido como “cercadinho”, onde Bolsonaro costumava parar para falar com imprensa e apoiadores, por várias crises vividas no governo. Faria negou a existência do “gabinete do ódio” e defendeu o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente mais engajado na comunicação do governo.
O presidente Jair Bolsonaro tem adotado uma postura de menos enfrentamento. Qual seu papel nessa nova fase?
Essa é uma decisão dele. Agora, ele tem muitos conselheiros. Eu defendi, falei isso no meu discurso de posse, um armistício nacional, uma pacificação em prol do Brasil. O governo precisa de paz para governar, e as pessoas também querem paz. Temos grandes desafios: a pandemia e a retomada econômica. Então vamos focar nisso e deixar as guerras de lado.
Mas o conflito não foi fomentado pelo presidente?
O presidente entrou como um governo de direita, conservador e liberal, e nós vínhamos de 14 anos de um governo de esquerda, que teve uma pequena transição com Michel Temer, que foi reformista. Então é normal dar um conflito grande. As pessoas elegeram a pauta conservadora liberal, e o Bolsonaro tem o direito de apresentá-la e implementá-la. Ele não pode ser atacado por isso. Mas também não podem atacar quem é contra essa pauta no Congresso, porque os parlamentares também foram eleitos. A pacificação não significa refluir nas pautas, muito pelo contrário, é pacificar para tentar implementar.
Foto: Jorge William/O Globo
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