Por Gabriela Coelho
Seis procuradores que compõem o grupo de trabalho da “lava jato”, alegando “grave incompatibilidade de entendimento”, enviaram um comunicado de demissão por meio de mensagem a grupos coletivos de trabalho das forças-tarefas da operação em Curitiba e no Rio.
Os procuradores Raquel Branquinho, Maria Clara Noleto, Luana Vargas, Hebert Mesquita, Victor Riccely e Alessandro Oliveira contestam uma manifestação enviada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal na noite da terça-feira (3).
A insatisfação deles se deve ao fato de que Dodge pediu para arquivar preliminarmente trechos da delação de Leo Pinheiro que citavam presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ex-prefeito de Marília (SP) José Ticiano Dias Toffoli, irmão do presidente do Supremo Tribunal Federal.
“Foi um grande prazer e orgulho servir à Instituição ao longo desse período, desempenhando as atividades que desempenhamos. Obrigada pela parceria de todos vocês. Nosso compromisso será sempre com o Ministério Público e com a sociedade”, escreveram os demissionários.
Em nota, ao confirmar que recebeu o pedido de desligamento de integrantes de sua equipe na área criminal, Dodge reafirmou que, em todos os seus atos, “age invariavelmente com base em evidências, observa o sigilo legal e dá rigoroso cumprimento à Constituição e à lei e que as suas manifestações são submetidas à decisão do Supremo”