O juiz federal Sérgio Moro vai assumir o comando do Ministério da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. O fato foi anunciado nesta quinta-feira (1ª).
“Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. A perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão”, disse Moro, que esteve na casa de Bolsonaro no mesmo dia que aceitou o convite.
Para assumir o cargo, Moro esperava a garantia formal de Bolsonaro com as condições pedidas por ele para assumir o cargo: o comprometimento do governo com a aprovação das 10 medidas contra a corrupção preparadas pelo Ministério Público e a ampliação dos poderes do Ministério da Justiça (leia-se integração com a segurança pública e passe a abarcar também o Ministério da Transparência).
Com isso, Sérgio Moro terá que pedir exoneração não apenas do cargo que ocupa, mas da própria magistratura, que exerce há 22 anos. Isso porque juízes não podem exercer atividade político-partidária, previsto na Constituição.
Moro
Moro, de 46 anos, se tornou um símbolo mundial no combate à corrupção em razão da Lava Jato, e foi quem condenou e decretou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Especializado em crimes financeiros, foi juiz do caso Banestado no início dos anos 2000 e juiz auxiliar da ministra Rosa Weber, do STF, em 2012.
Lava Jato
A Lava Jato seguirá na mesma vara, em Curitiba, sob comando de um novo responsável. Na Justiça Federal em Curitiba será aberto um processo interno para substituir Moro entre os juízes federais que se candidatarem à vaga, com prioridade para o juiz mais antigo.