Os dados são alarmantes. O Rio Grande do Norte teve um crescimento de 256,9% na taxa de homicídio para cada 100 mil habitantes, o maior do Brasil, indo de uma taxa de 14,9, em 2006, para 53,4, em 2016, e já é considerado hoje o terceiro estado mais violento do país. Os números são do Atlas da Violência 2018, divulgado nessa terça-feira (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além do Rio Grande do Norte, Sergipe saiu de 29,2 para 64,7 no mesmo período, um crescimento de 121,1%, o que levou o estado à maior taxa de homicídios do país. E Tocantins aumentou 119%, indo de uma taxa de 17,2 por 100 mil em 2006 para 37,6 em 2016. Alagoas é o segundo estado mais violento, com taxa de 54,2. Seis estados tiveram redução na taxa de homicídios no período: São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Paraná.

Segundo a análise, a taxa de homicídios no Brasil corresponde a 30 vezes a da Europa, e o país ultrapassou o patamar de 62 mil homicídios por ano. Ainda de acordo com o levantamento, 71,5% das pessoas que foram assassinadas no país em 2016 eram pretas ou pardas. O estudo revela que, em 2016, a população negra registrou taxa de homicídios de 40,2 mortes por 100 mil habitantes. O mesmo indicador para brancos, amarelos e indígenas foi de 16 mortes por 100 mil.

Para o administrador e pré-candidato a deputado estadual do Rio Grande do Norte, Igor Rafael, a demonstração do Atlas da Violência 2018 demonstra quanto o Rio Grande do Norte tem se tornado um dos estados mais violentos do Brasil. “E não para por aí. Nosso estado é o segundo do país em que mais se mata negros. A morte para os negros cresceu no último ano 23%, enquanto que dos brancos o crescimento dos assassinatos por morte de arma de fogo foi de 6,8%. No RN, morre 70,5 a cada 100 mil habitantes. O RN tem demonstrado ser um estado muito violento onde se mata muitos negros, brancos, mulheres, enfim, vidas humanas que perdemos. O crescimento dos homicídios no RN é algo estarrecedor. Em 2006 o RN possuía a 3ª MENOR taxa de homicídios do país. Em 2016 chegou à terceira MAIOR”.

De acordo com Igor, a única saída para mudar esse cenário em que se mata tantos jovens, brancos e negros, é com educação de qualidade e inclusiva. “Essa educação de qualidade e inclusiva propiciará equidade de oportunidades para que esses jovens possam adentrar e ter sucesso no mercado de trabalho e, com isso, alcançar a sua dignidade humana. Também se faz necessário dar condições para a polícia trabalhar comprando material como colete para os profissionais e condições para que se possa investigar os crimes. Juntamente com a educação básica exclusiva, aí sim poderemos ter o resultado que queremos. Só assim, teremos a diminuição drástica desses índices de morte tão alarmantes que vivemos hoje no Brasil e principalmente no estado do Rio Grande do Norte”.