O impacto do hub da Air France-KLM/Gol na economia cearense será superior a R$ 1 bilhão. O dado, apresentado ontem pelo secretário de desenvolvimento econômico do Estado, César Ribeiro, faz parte de um estudo mais detalhado que o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) irá divulgar em breve.
Alguns efeitos já estão sendo sentidos. Os voos estão, em média, com taxa de ocupação superior a 85% e estão sendo exportadas mais de dez toneladas de cargas por semana pela KLM e três toneladas pela Air France.
O trabalho, explica o secretário, é fruto de uma articulação que está sendo feita pela SDE com as companhias aéreas e o setor produtivo para aumentar a exportação pelo modal aéreo. Cada uma delas, por exemplo, tem capacidade de transportar até 100 toneladas por semana.
“Já é um começo. O hub vai agregar uma condição única para o modal aéreo a partir de agora porque a grande dificuldade que se tinha na exportação de flores, frutas, pescado e peixes ornamentais é a condição logística e o preço de frete”.
Durante o seminário de Desenvolvimento e Competitividade promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará) no Banco do Nordeste (BNB), o secretário pontuou que a ideia é que os três hubs – o aéreo; o portuário com a Port of Rotterdam; e o de telecomunicações com a Angola Cables – e demais projetos de infraestrutura, que estão sendo tocados pelo Estado, conectem-se e irradiem oportunidades para outros setores.
O Governo está negociando, por exemplo, que os mais de 350 contêineres para trazer os equipamentos que serão importados pela Fraport para as obras de expansão do Aeroporto de Fortaleza, como fingers (pontes de embarque e desembarque) e estrutura, venham pelo Pecém. E que a Angola Cables monte também um braço no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp S/A), para dar maior suporte para transmissão de dados das empresas ali instaladas.
César também destacou que nas negociações com a Port of Rotterdam, administradora do Porto de Roterdã (Holanda), para parceria na gestão do porto do Pecém, que deve ser finalizada em julho, estão incluídas ações sociais, econômicas e ambientais nos municípios do entorno.
No encontro com empresários, o presidente do BNB, Romildo Rolim, informou que dos mais de R$ 30 bilhões de recursos disponíveis neste ano, no banco, metade já foi contratada. No Ceará, dos R$ 5 bilhões previstos nas linhas de crédito com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE), mais de R$ 1,5 bi foram financiados. Destes, R$ 834,2 milhões são de projetos de infraestrutura. A projeção é contratar mais R$ 3,2 bilhões até o fim do ano. “O contrato da Fraport deve ser assinado até o fim de junho”. Na linha do CrediAmigo, dos R$ 2,8 bilhões previstos no Estado, mais de R$ 1 bilhão foi contratado. O que na avaliação de Romildo significa um sinal claro de recuperação da economia cearense.
Para a presidente do Lide Ceará, Emília Buarque, estes encontros empresariais são importantes para auxiliar no fomento de negócios e planejamento das empresas.
Fonte: O Povo Online