SÃO PAULO (Reuters) – A paralisação dos caminhoneiros contra a alta do diesel entrou no sexto dia neste sábado e o governo vai começar a aplicar multas de 100 mil reais por hora parada para as transportadoras que não voltarem à atividade após o recente acordo.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, quase 600 pontos de bloqueios de estradas ainda estavam ativos na manhã desta sábado, em sua maioria parciais e sem prejuízo à livre circulação.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta sábado que o governo tem convicção da existência de locaute, quando empresários impedem funcionários de trabalharem, no movimento dos caminhoneiros e que a Polícia Federal já tem pedidos de prisão após inquéritos neste sentido.
Os ministros do Gabinete de Acompanhamento da Normalização do Abastecimento se reuniram na manhã deste sábado com presidente Michel Temer, um dia após Temer determinar o uso de forças federais para desobstruir rodovias, afirmando que os manifestantes “não têm o direito” de parar o país.
Marun disse ainda que o governo determinou a aplicação de multa em caminhões com insumos de saúde que estejam parados aderindo ao movimento.
A Polícia Rodoviária Federal disse está mantendo corredores para a circulação de cargas sensíveis, transporte de animais, gêneros alimentícios, equipamentos essenciais, combustíveis, entre outros produtos, além de prestação de apoio aos manifestantes durante as desmobilizações no intuito de garantir a segurança de todos os usuários das rodovias federais. Da meia noite de sexta-feira até as 11h30 deste sábado, foram registrados 544 pontos desbloqueados, segundo a PRF.
A manutenção da paralisação de caminhoneiros ocorre diante da rejeição de alguns manifestantes ao que foi proposto pelo governo, que acredita ter solucionado a questão após anunciar um acordo quinta-feira com a categoria.
“O acordo é o estabelecimento de trégua da paralisação do movimento… e nós renovamos o apelo aos transportadores e caminhoneiros no sentido de que retomem a sua atividade e cumpram a sua missão de bem abastecer a população brasileira”, disse Marun.
Segundo o ministro, a proposta apresentada pelo governo é positiva e abre espaço para negociações posteriores. Na noite de quinta-feira, governo e representantes de caminhoneiros chegaram a um acordo para suspender por pelo menos 15 dias a greve, com o governo garantindo a subvenção do preço do diesel e reajustes a serem realizados apenas a cada 30 dias.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das principais associações responsáveis pelo movimento, pediu na véspera que os manifestantes retirem interdições nas rodovias, mas mantenham manifestações pacífica.
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, reforçou neste sábado o posicionamento de apoio à categoria e disse que segue monitorando a situação reunido com líderes, representantes das federações e sindicatos. Até o momento não houve pedido por parte dele para encerrar a paralisação.