O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira, em um firme pronunciamento, ser alvo de uma “perseguição criminosa disfarçada de investigação” no âmbito do chamado inquérito dos portos conduzido pela Polícia Federal, e disse que, se pensam “ilusioriamente” que irão derrubá-lo, não vão conseguir.
“É uma perseguição disfarçada de investigação”, afirmou, lembrando que há quase um ano —logo após a divulgação da delação da J&F que o envolveu diretamente— tinha dito que não iria renunciar. “Se pensam ainda que ilusioriamente que vão me derrubar, não irão conseguir”.
Temer fez questão de rebater reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo a qual a PF vê indícios de que ele teria lavado dinheiro com transações imobiliárias envolvendo familiares. De acordo com o jornal, a investigação aponta até o momento que Temer recebeu, por meio de um amigo, ao menos 2 milhões de reais de propina em 2014, mesmo ano em que foram feitas reformas em valores semelhantes em propriedades de familiares do presidente.
No início da fala, Temer afirmou que estão lançando “mentiras” que atingem a família dele e um dos filhos que tem 9 anos, e ressaltou que não faria o pronunciamento de maneira institucional, mas para contestar questionamentos morais contra ele.
O presidente, com 77 anos, disse que trabalha há mais de 60 anos e tem condições financeiras suficientes para bancar os imóveis que seriam apontados como suspeitos pela polícia de transações irregulares. Temer afirmou ainda que as aquisições e reformas ocorreram “absolutamente” dentro da lei e foram devidamente comprovadas nas declarações de imposto de renda.