Poucas vezes se viu o Brasil tão abalado com a morte de um representante público como no caso da vereadora do PSOL, Marielle Franco, eleita por primeira vez em 2016, executada com nove tiros, numa ação que matou também o motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes. Dos coletivos negros e feministas, passando por artistas e acadêmicos, até o presidente Michel Temer. Todos manifestaram repúdio pela violenta execução a sangue frio de Marielle, que eleva o patamar da criminalidade no Rio de Janeiro, ao assassinar uma pessoa pública que vinha denunciando abusos na política de intervenção militar. “Este assassinato é inaceitável, um atentado ao Estado de Direito e à democracia”, afirmou Temer em reunião em Brasília, conforme vídeo divulgado pela sua assessoria. Lembrou inclusive que ela era uma representante popular que buscava a paz e a tranquilidade.
O choque geral está atrelado exatamente ao bombardeio que houve em relação à intervenção desde que foi anunciada como um caminho inevitável para conter a violência no Rio. Exército na rua para inibir a criminalidade. Embora nove entre dez especialistas em segurança pública alertassem que se tratava de uma estratégia equivocada e de pouca eficiência, o Governo manteve o plano argumentando que sairia vencedor.
Ruas ganham força
Multidões se reuniram no Rio de Janeiro, em São Paulo e em outras capitais para homenagear a vereadora
Arma do crime
Munição usada no crime é do mesmo lote utilizado na chacina de Osasco, segundo TV Globo. Balas usada em execução teriam sido vendidas pela CBC para a Polícia Federal em Brasília
Com informações de Carla Jimenez para El País Brasil