O Rio Grande do Norte está no caminho certo em relação ao combate à Dengue. O número de casos da doença vem diminuindo no estado. Em 2016, foram registrados cerca de 96 mil casos das doenças transmitidas pelo mosquito. Já durante o mesmo período de 2017, esse número caiu para aproximadamente 11 mil casos. Mesmo com os números diminuindo, existem ainda vários municípios do estado na zona de risco, de acordo com o Mapa da Dengue, do Ministério da Saúde. A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do estado, Maria de Lima, destaca que o maior criadouro dos mosquitos está dentro das casas. Isso porque, devido à escassez de água, muitos moradores da região contam com um abastecimento próprio e que, se mal cuidado, esses reservatórios tornam-se os principais pontos de procriação do mosquito.
“Essas campanhas de mobilização que nós fazemos com as pessoas é realmente tentando sensibilizá-las em relação aos criadouros que estão dentro de casa. 80% dos casos estão nessa situação. Então, a gente tenta conscientizar a população, especialmente na questão do acúmulo de água, para levar essas caixas d’água e esses tonéis ao nível do solo. E, fora isso, a gente orienta no sentido de não ter lixo aberto, de não jogar lixo em terreno baldio, na rua. Então, é um trabalho feito a nível nacional, mas que, aqui, no Rio Grande do Norte, nós temos essa situação diferenciada porque temos um alto índice de infestação pelo mosquito nesse ano de 2017.”
Juliana Araújo, de 33 anos, é a coordenadora de vigilância da Secretaria de Saúde de Natal e conta que já teve Dengue três vezes. Ela esclarece que, mesmo tomando os cuidados necessários, é preciso que toda a comunidade esteja consciente de que deve colaborar no combate ao mosquito. Essa não é uma luta que se pode vencer sozinho. Ela conta como foi o convívio com a doença.
“Eu precisei ficar internada porque eu tive desidratação, muita náusea, muito vômito. Passei cinco dias internada da primeira vez. Isso afetou um pouco a questão do meu trabalho, né? Minha parte produtiva. E a questão também da saúde, que é o que abala diretamente. Você fica realmente debilitado e atrapalha seu dia a dia, seu cotidiano.”
O aposentado Faouzi Arabi, de 71 anos, também mora em Natal e conta que foi diagnosticado com Chykungunya e que, no mesmo período, sua esposa, Sirlany, de 59, foi diagnosticada com Dengue. “De uma hora pra outra apareceu muita dor no corpo, muita dor mesmo. Parecia que eu tinha tomado uma surra. Muita febre. Uma moleza no corpo que eu não aguentava fazer nada. Muita dor de cabeça e um mal-estar violento. Eu não sabia, não tinha nem noção do que era. Aí nós fomos no pronto socorro pra ver o que que era. Pra minha surpresa, não tinha só eu. O pronto socorro estava cheio de gente com os mesmos sintomas. Aí o medico me internou e eu passei o dia todo lá tomando soro. Eu não conseguia comer nada”, desabafa.