Mais uma vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) manteve a tradição de abordar temas de relevância social e presentes no cotidiano dos estudantes. Dessa vez, no entanto, na opinião de especialistas, a prova foi mais complexa que na edição anterior. O Exame trouxe questões sobre spray de pimenta, identidade de gênero, refugiados, democracia, entre outras.
— No geral, essa foi uma prova mais complicada que no ano anterior. No caso de Ciências da Natureza, a prova foi mais conteudista que em outras edições. O aluno mediano vai sentir dificuldade. Havia cálculos complicados na prova de física, por exemplo, que demandavam mais tempo dos alunos e podem ter prejudicado o tempo de prova deles.— comentou Fábio Oliveira, diretor pedagógico do grupo Eleva Educação.
Na prova de Ciências da Natureza, chamou atenção uma pergunta sobre a reação do spray de pimenta no organismo e como frear seus efeitos. A pergunta questionava por que o contato com a água não aliviava a ardência causada pelo substância e a resposta correta afirmava que a solubilidade do princípio ativo do spray em água é muito baixa, dificultando a sua remoção.
— Era uma questão que tinha que ter uma boa leitura porque o próprio enunciado dava uma dica da resposta. Essa pergunta tinha um nível de dificuldade médio. A prova de química foi mais tranquila nesta edição. Caíram questões de eletroquímica, cálculo estequiométrico. Foi uma prova bem abrangente— Eduardo Campos, professor de Química do grupo Eleva Educação.
Na área de Ciências Humanas, os professores ressaltaram que a parte de história foi a que mais exigiu dos alunos. A presença de textos mais sofisticados exigia conexões mais complexas com os temas exigidos no exame.
— A prova de história desta edição é a mais difícil dos últimos tempos. Combinou de uma maneira muito sofisticada conhecimento específico e concentração reflexiva e contextualização.