O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira (06) uma nova redução na taxa básica de juros da economia, de 7,5% para 7%. Com esta medida, a tendência é de que haja um corte também nos juros de todo o sistema bancário, incluindo o do cartão de crédito. Apesar do incentivo às compras e do uso do crédito, a diminuição não alivia os riscos do mau uso do cartão para o orçamento.

“Os juros mais baixos impulsionam o consumo, mas há sempre o risco de as parcelas do cartão comprometerem a renda futura”, comenta o professor de Gestão Financeira da Estácio, Jorge Medeiros, se referindo aos tributos e gastos que ocorrem principalmente nos quatro primeiros meses do ano: IPTU, IPVA, material escolar, entre outros.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgada nesta segunda-feira (4), das 76,9% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento.

Medeiros orienta para que o cartão de crédito seja reservado à “compra de bens duráveis, como geladeira, televisão, computadores, de maneira que as parcelas terminem e o produto ainda seja utilizado por um longo tempo”.

O maior risco, destaca o professor, é a mentalidade de reservar o cartão para urgências. “Na verdade é necessário que no orçamento haja uma reserva em dinheiro para imprevistos, visto que o cartão é um empréstimo que deverá ser pago posteriormente, e não uma receita a mais, na verdade é uma despesa a mais”, frisa.

Cartões, dinheiro e cheques. Foto: Marcos Santos/USP Imagens